sexta-feira, 3 de julho de 2009

Está difícil,

está a ser mesmo muito difícil...


Ter um filho tão irrequieto como o meu, leva-me todas as forças. Acho que nunca o vi tão eléctrico e rebelde como neste último mês. Normalmente intercala picos de actividade, semanais, mas agora parece que nunca mais acaba.


Nas férias vai estar num ATL, com pessoas que não conhece e que também não o conhecem e eu estou a morrer de medo! O programa engloba o dia todo em actividades e acho mesmo que não vai aguentar. Se fosse agora não o inscreveria, mas andava tão bem, tão atilado, que achei que seria uma maneira de o preparar para a mudança de escola e entrada no 1º ciclo.


Hoje, o último dia no colégio, sei que está tristíssimo por deixar a Educadora, por deixar os amigos (que seguem juntos para a mesma escola), por deixar a segurança de um ambiente escolar que o apoiou e o respeitou durante este último ano e já se fartou de chorar e "birrar" a manhã toda.


Queria tanto poder ajudá-lo, retirar-lhe toda a dor que tem lá dentro, mas realmente já não sei o que fazer. Só o posso apoiar, dar-lhe segurança, mostrar-lhe que o amo assim como ele é, que o aceito assim mesmo, irrequieto e desaustinado. O problema é que fazer isto nem sempre é fácil e nem sempre é verdade. Por vezes queria-o diferente e ele percebe isso.


Costumava pensar e dizer que, por causa da minha formação, seria uma boa candidata a um filho problemático, mas passar por experiências em ambiente profissional nada tem a ver com vive-las em casa. A teoria foge pela janela assim que a realidade nos entra pela porta!


Palavras de quem parece que sabe: o miúdo tem uma vinculação insegura e isso reflecte-se nas diferentes esferas da sua vida.


Sem perceber bem como, tenho falhado como mamã e ele não se sente assim tão amado como eu o amo. Outro dia contou-me mais um dos seus pesadelos: a casa estava cheia de fantasmas e eu e o pai também éramos fantasmas. Na realidade eu era só meia mãe. Pôs as mãos na minha cara e dividiu-me em duas. "deste lado tinhas olhos, nariz e boca de mãe, mas deste eras fantasma..."


Eu, que sempre quis ser uma mãe inteira!


Está a ser difícil, muito difícil...

5 comentários:

rita liz disse...

crocodiloOlá Susana! Quero deixar-te um beijinho de força. Vais ver que ele vai acalmar, é uma fase menos boa para ele mas em breve vem a bonança ;)

Beijinhos para todos

rita liz disse...

Esquece lá o crocodilo, que era um símbolo qualquer... :p

Tella disse...

bjs grandes

Su disse...

Obrigada, Rita! O ATL está a correr bem. Com algumas asneiras, mas está a gostar e isso é que interessa!

Beijos, Tella! :)

Carlos Nery disse...

Também eu goato muito desse miúdo... Da forma como enfrenta as situações, do seu desembaraço... "Sigam-me" disse aos avós que não conheciam os cantos da casa dos donos do restaurante onde costumamos almoçar no Meco. "Sigam-me" e lá ia ele à frente, decidido, percorrendo o caminho já muito seu conhecido. Gosta de explorar tudo, mete conversa com as pessoas que encontra, num instante faz amizades. Nos resy
taurantes gosta de travar conhecimento com quem lá trabalha, com quem atende à mesa ou com quem erstá na cozinha... Não é uma criança qualquer, o meu neto...