sábado, 9 de fevereiro de 2008

A Fada dos Dentes!

Depois de um excelente almoço, numa excelente esplanada, com um excelente dia de "primaverno", fomos comer um gelado a Cascais.
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O Diogo tinha uma vontade enorme de andar de comboio! O avó Nery contou-lhe que, quando era pequeno, ia na brincadeira a fechar os olhos ao longo do apeadeiro, caiu na linha, bateu com a cabeça nas pedras e ficou inconsciente a poucos minutos da chegado do comboio! Não fosse a rápida intervenção da empregada que o acompanhava, hoje não estariamos a olhar para os carris...
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E lá fomos nós! Ele sempre a olhar para tudo, a ver a velocidade a que as coisas passavam, a pensar se eramos nós ou os outros a andar assim tão depressa! A Marta adormeceu no meu colo aos primeiros tchuk-tchuk e lá fomos nós num "pára em todas"...
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Cascais é de uma beleza que custa! Os pequenos prédios no centro da vila dão vontade de fazer as malas e as pequenas baías que vão surgindo fazem-nos procurar casas à venda...
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Depois do passeio, o papel "encerrado" colado na porta faz-nos voltar a Belém sem gelado, já a noite assombrava os jardins. Como tudo fica diferente! Nem parece o mesmo local! A fonte iluminada, as cor das árvores, o som dos pássaros...
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De repente um "mãe! mãe! olha!" de mão fechada e esticada para mim! Abro-lhe a mão a custo e a medo, tal era a exaltação do miúdo e então vejo!
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Pequenino, branquinho e bicudo! O primeiro dente de leite do meu filho tinha acabado de cair...
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Depois foi a festa! "Que bom, bebé, já és tão crescido" (nestas alturas dizemos coisas tão sem nexo...). Um abraço forte cheio de parabéns, o dente dentro de uma garrafa para não se perder e sempre na mão do miúdo até casa. Estava orgulhoso de já ser crescido!
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E 5 minutos depois já chorava e chorava sem se perceber porquê. Ainda agora está deitado no sofá, não quer jantar, enrolado no cobertor, com cara triste...
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São cinco anos, uma grande altura da vida, em que tudo está a mudar, em que tudo lhe é exigido, pelos outros e por ele próprio e perceber que se está a crescer assim, com um cair de um bocadinho de nós, deve ser realmente difícil...
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Amo-o tanto, que gostava de o proteger de tudo e de todos os sentimentos mais duros, mas não posso! Não posso poupar-te e estou aqui para te ajudar a perceber que está tudo bem, que crescer tem imensas coisas boas e que eu vou continuar a estar o tempo todo que puder!

2 comentários:

Abraçar disse...

Que lindo este texto, Su.

Um beijinho ao teu menino

Su disse...

Obrigada, May! Vivemos ambas o crescer dos nossos filhos com uma intensidade que só nós próprias podemos entender!