sexta-feira, 9 de maio de 2008

O fim do poço da morte


Tenho cá umas saudades da Feira Popular...
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Adorava tudo! A compra dos bilhetes nos postigos, a entrada cheia de fumo, o cheiro a todo o tipo de comida, a magia, a expectativa, os chocolates dos furinhos e a esplanada dos bancos de madeira! Era sempre com espírito de festa que para ali iamos!
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Até a minha mãe, sempre a fugir de tudo o que lhe cheire a popular, ia com prazer para aquele espaço...
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Para mim era uma mundo à parte. Nunca podia andar tão livremente em ambiente tão pouco cuidado e verdadeiro, o que me fazia sentia mais viva!
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Não sei se para lá iria com os meus filhos desta maneira tão descansada, consciente agora dos perigos pelos quais corriamos, mas adorava poder mostrar-lhes todo aquele espaço e deixá-los também criar memórias tão felizes como as que eu tenho.
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Há pouco vi uma reportagem sobre as pessoas que por lá faziam a vida, com as suas tralhas todas em caixotes, na expectativa de voltarem a outro lugar como aquele... será que ainda haverá lugar para os coelhos em loiça, para os leilões do taparware e das maquinetas estranhas?
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Agora nada resta, só o vazio, o abandono...

2 comentários:

Huckleberry Friend disse...

Também tenho muito boas recordações da Feira, Su... ia lá todos os anos, no aniversário da minha bisavó. Recordo a primeira vez que tive coragem para andar na Montanha Russa ou quando, aos 3 anos, me perdi dos meus pais para ir ver o Dragão. Da Casa do Terror ao Labirinto dos Espelhos, passando pelos vários comboios-fantasmas, as tascas, as barraquinhas de tiro ao alvo, é um mundo que se perde. E nunca mais decidem onde será a nova Feira, necessariamente diferente...

Su disse...

Huckleberry Friend, realmente a Feira Popular era mesmo única, para todas as idades e para todos os momentos!
Fui lá como filha, como namorada, como mulher, mas nunca como mãe... e, sendo eu pessimista por natureza, não acredito que algum dia tenha o prazer de lá voltar nesse papel.